Mandioca, a rainha do Brasil!

O ingrediente mais brasileiro que eu conheço é a Mandioca. Base da nossa culinária, nossa cultura, nossa alimentação, nossa saúde!

Quando estive pela última vez na Amazônia, para fazer a pesquisa de campo do livro sobre a Culinária Tradicional dos Assuriní do Xingu, percebi o quão importante esta pequena se faz!
Com os sábios índios, aprendi e conheci vários tipos e técnicas usadas por eles, desde aquela que se come crua, como uma fruta, até a outra para fazer o mingau, uma terceira para a farinha e assim por diante...
A mandioca mais comum e popular no Brasil é famosa, e pode ser chamada de macaxeira ou aipim! Independente do seu nome, ela é muito versátil e extremamente nutritiva e saudável!
Fonte riquíssima de carboidrato e fibras, a mandioca pode ser a base para uma sopa bem quentinha nesse inverno rigoroso...
Então aqui vai uma receitinha bem fácil e delícia!

Ingredientes:
0,5 kg de mandioca descascada
1 cebola
1 caixinha de tomatinho cereja
10 folhas de manjericão mais um ramo inteiro
100g de ricota de cabra ou qualquer outro queijo que vc goste! (pode ser parmesão, gorgonzola, pecorino e etc...)
2 colheres de azeite extra virgem
sal e pimenta do reino a gosto

Modo de Preparo:
1. Coloque a mandioca na panela de pressão com a cebola descascada e cortada ao meio, sal e um ramo de manjericão. Adicione água até cobrir todas as mandiocas, tampe e leve ao fogo alto.
2. Quando pegar pressão, abaixe o fogo e deixe cozinhar por apenas 3 minutos. Apague o fogo e deixe sair a pressão naturalmente, sem colocar debaixo da água (a não ser que vc esteja com MUUUUITA fome!)
3. Enquanto isso, lave a corte os tomatinhos ao meio, tempere-os com sal, pimenta do reino, por favor, moída na hora, o azeite extra virgem e as folhas de manjericão. Misture bem e reserve.
4. Esfarele a ricota ou o queijo que vc escolheu, se for um queijo duro, corte em cubinhos e junte aos tomatinhos. Misture.
5. Bata a mandioca com a água do cozimento no liqüidificador sem o ramo de manjericão, que deve ser desprezado.
6. Volte para a panela para esquentar bem o creme. Ajuste o tempero se necessário.
7. Disponha os tomatinhos com queijo no fundo da cumbuca e derrame o creme de mandioca bem quentinho sobre. Sirva assim!

Que esta sopa aqueça a todos! :)

Guacamole da Nina

Não existe festa em casa que não tenha guacamole. Sempre faço, em todas as ocasiões, sociais ou não! É o tipo de curinga que não tem erro! As pessoas amam e combina tanto com nosso clima, quanto com o paladar do brasileiro... Cremoso e crocante ao mesmo tempo, calórico e light dependendo do ponto de vista... Sem falar nas propriedades nutricionais que este clássico da cozinha mexicana nos oferece! Rico em fitoesteróis que podem auxiliar na redução do colesterol LDL ("colesterol ruim") se consumidos regularmente, pois inibem a absorção do colesterol produzido pelas células intestinais ou daquele proveniente da dieta (FENNEMA, 2010). 
Lembro-me claramente de quando assisti o programa de culinária da Nigella Lawson, no qual ela prepara a versão simples e brilhante do seu guacamole. Portanto, como a vi pessoalmente ontem, aqui fica uma homenagem a esta mulher linda e inspiradora: a minha receita. Enjoy it! 

Ingredientes

3 abacates do tipo Avocado (aquele menorzinho da casca escura) ou 1 grande BEM MADURO!!
1 limão Tahiti 
2 ramos de coentro fresco picado
1 cebola roxa cortada em fatias bem fininhas
1 pimenta dedo-de-moça sem sementes picada
2 colheres de sobremesa de azeite
sal a gosto
4 gotas de tabasco (pra quem gosta!)

Preparando...

Dica: Quando fatiar a cebola, jogue imediatamente num bowl com água gelada! Assim ela fica crocante e sem deixar aquele bafo na boca! Rs
Abra o abacate ao meio e retire a semente. Com uma colher, tire a polpa da casca e disponha num prato. Amasse com um garfo grosseiramente, de forma que fique uns pedaços.
Esprema o limão por cima para que não escureça o abacate. Em seguida adicione os demais ingredientes e misture bem.
Prove e ajuste o tempero.

Sirva com tortillas, torradas, pão sírio ou até mesmo como salada! 

Referência bibliográfica
FENNEMA, O. R.; PARKIN, K. L.; DAMODARAN, S.; Química de Alimentos de Fennema. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 900 p. 

Festival Ecológico

Foi com enorme prazer que eu aceitei o convite do meu querido amigo Daniel Francisco de Assis para participar do primeiro Festival Ecológico, realizado em Minas Gerais.
Recém chegada desta vivência maravilhosa, posso dizer que voltei mais rica e recarregada, tanto pelo contato com pessoas que compartilham da mesma busca, quanto pela comida 100% viva e incrível que fizemos!
Minha aula foi sobre o açúcar e quais as principais diferenças entre a sobremesa tradicional e a sobremesa viva!
Na aula prática de comida viva, fiz com a ajuda dos meus ajudantes super eficientes, uma sobremesa de caqui!
Como fez muito sucesso, resolvi compartilhar aqui:

Mousse de Caqui com Chocolate

Ingredientes

Para a massa (base):
500g de noz pecan
250g de ameixa hidratada
2 colheres de café de canela em pó

Para o Recheio:
2kg de caqui
1 limão cravo espremido
3 colheres de sopa de psyllium
3 colheres de sopa de linhaça dourada hidratada
200g de uva passa branca hidratada
2 gotas de óleo essencial comestível de tangerina

Para a cobertura:
6 colheres de sopa de óleo de coco extra virgem
3 colheres de sopa de agave
2 colheres de sopa de cacau em pó
3 colheres de sopa de alfarroba em pó
1 colher de chá de essência de baunilha
200g de castanha de cajú hidratada
100 ml de água de coco (se necessário)

Para a finalização:
50g de nibs de cacau orgânico
100g de pistache

Modo de Preparo
1) No processador, bater as nozes com a ameixa e a canela até ficar homogêneo e bem processado ao ponto de ser possível esticar a massa no fundo de uma forma refratária.
2) Dispor a massa na forma de forma que fique bem uniforme.
3) Bater no liquidificador todos os ingredientes do recheio e colocar sobre a massa.
4) Também no liquidificador bater todos os ingredientes da cobertura até adquirir uma consistência firme de cobertura. Verificar a quantidade de água de coco, colocar aos poucos e regular conforme a necessidade e a consistência desejada.
5) Espalhar sobre o creme, se preferir coloque numa bisnaga e decore.
6) Por último processar os nibs de cacau com o pistache de forma que fique ainda em pedaços para conferir a crocância da receita. Salpicar por cima.
7) Levar a geladeira por pelo menos 2 horas e servir.

Milho Mexicano!

Receita rápida, fácil e deliciosa!

O Milho Mexicano é uma receita da época em que eu era Chef do Na Mata Café, provavelmente uma criação da Rita Lobo ou da Helena Rizzo, queridas e talentosíssimas com as quais tive o prazer de trabalhar! 

É impressionante como alguns ingredientes fazem a diferença na nossa geladeira! Fui à feira orgânica do Parque da Água Branca e achei milho fresquinho e orgânico! Não resisti, levei também o pimentão verde que estava lindo e geralmente é difícil encontrar orgânico... (O pimentão é um dos campeões na quantidade de agrotóxico residual!). Não fico sem a pimenta dedo-de-moça e sem ervas frescas, levei também! Feita a feira, quando guardei esses itens na geladeira, logo me lembrei dessa receita viva, alegre, fresca e com muita personalidade!

Ingredientes:

3 espigas de Milho orgânico

1 pimentão verde orgânico

3 pimentas dedo-de-moça orgânica

1 pitada de coentro fresco picado

8 azeitonas pretas cortadas em julienne (tirinhas)

1 bandejinha de tomates cereja cortados ao meio

suco de 1 limão

2 colheres de sopa de azeite

sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Como fazer:

Corte as espigas em três partes, cozinhe em água e sal até que estejam bem macias, se preferir use uma panela de pressão. Escorra e com uma faca tire o milho da espiga, cortando-o.

Corte o pimentão ao meio para retirar as sementes e a parte branca e depois em cubos do mesmo tamanho do milho.

Corte as pimentas ao meio e também retire as sementes e a parte branca interna, esta parte é a que confere o ardido ao sabor da pimenta.

Misture todos os ingredientes e está pronto!

Rapidinho e meu jantar já estava pronto. Cozinhei uma batata, amassei de qualquer jeito e servi com a salada por cima. Um leve toque peruano... Buen provecho!

Palestra neste domingo, dia 02, às 16 horas:

ALIMENTOS ORGÂNICOS E VIVOS:

OS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE

     Neste final de semana  - dia 1 e 2 de dezembro - acontece a Mystic FAIR. 

     

       Vai acontecer no Centro de Exposição Imigrantes, um local bem conhecido. É a chamada feira preferia de místicos e esotéricos do país. Reúne uma série de stands, expositores, palestras e ações com foco em conhecimento, qualidade de vida, conhecimento transcedental e diversos outros conteúdos afins com personalidades representativas.

        É uma  idéia interessante por reunir pessoal e tribos tão diferentes, porém tendo em comum a busca de formas, razões e métodos de uma melhor equilíbrio da pessoa humana diante do planeta e do universo.

        A Chef Carina Muller, a convite da Casa Moksha http://www.casamoksha.com.br/pt/, estará participando no dia 02, domingo, com uma palestra marcada para as 16hs. O tema será "Alimentos Orgânicos e vivos e os benefícios para a sua saúde". Está no campo de conhecimento de Carina com profissional, envolvendo a ênfase em alimentos naturais e seus impactos no bem estar.

       Compareça.

Canja de Galinha não faz mal a ninguém!

Quando decidi me tornar vegetariana, a primeira pergunta que me veio em mente foi: "Mas e quando eu ficar doente, não vou tomar a milagrosa canja de galinha?!"...
Desde que me conheço por gente, o melhor remédio para gripe, segundo minha mãe, é a canja de galinha! Mas tem um detalhe muito importante, não é simplesmente uma canja qualquer, ela tem que ser preparada com o osso da galinha. Essas canjas feitas só com a carne branquinha de peito não estão com nada... 
Lembro-me bem quando minha mãe contou que a Eve, uma grande amiga dela e certamente uma das minhas musas inspiradoras, contou este segredinho precioso! Conheço poucas pessoas que cozinham tão bem quanto a Eve. Minha trajetória gastronômica com certeza teve grande influência dos deliciosos almoços e jantares oferecidos por esta querida "madrinha de cozinha"... Foi em sua casa, por exemplo, que comi pela primeira vez um banquete tailandês! Eu devia ter uns 8 anos...
Enfim, desde então venho aprimorando e criando minha própria receita da canja de galinha!

Se o que nos cura é o que está dentro do osso da galinha, segundo ela, então partamos o osso ao meio!
Nessas horas, as aulas de habilidades básicas da faculdade de gastronomia fazem a diferença. Tem que ser um golpe certeiro, de preferência com uma faca grande e pesada. Seja cuidadoso.
Prefiro usar coxas e sobrecoxas de frango, a carne é mais saborosa e vem com o osso. Compre orgânico ou caipira sempre, pois não queremos nos curar e nos alimentar de animais que foram maltratados, infelizes, confinados e bombardeados de hormônios até a sua morte, certo? Todas essas energias negativas e aditivos farão parte de nós, ou seja, escolha o que constituirá o seu corpo... 
Quando o golpe for feito, abra com as mãos o corte ao meio. Você notará que o osso se quebra e conseguimos ver a parte interna do mesmo...
Coloque os ingredientes da primeira etapa na panela e cubra com água. Com o fogo bem baixinho cozinhe por pelo menos 1 hora, para que a carne seja bem cozida e o tutano saia bastante do osso... Coe o caldo e reserve. Desfie o frango retirando a pele e o osso, deixe somente umas lascas de carne de um tamanho que quando for comer, não precise cortar com garfo e faca, afinal comemos sopa de colher!
Pique os ingredientes da segunda etapa de modo que fiquem todos iguais, com o mesmo tamanho, esse detalhe faz a diferença na aparência da canja! Volte o caldo para a panela e adicione o arroz, um pouco depois a mandioquinha, cozinhe e deixe os demais legumes para adicionar quase no final. Lembre-se que quanto menos cozinharmos os vegetais, mais vitaminas e minerais eles manterão. O cozimento longo faz com que as vitaminas hidrossolúveis presentes nos legumes evaporem e o que mais precisamos quando estamos doentes, são delas!
Já com o fogo desligado, finalize com as ervas picadas e ajuste o tempero. 
Coma quantas vezes puder, durante todo o dia, de preferência durante dois ou três dias... A recuperação é  muito rápida e você se sentirá muito melhor! Eu garanto. 

Primeira Etapa
4 coxas ou sobrecoxas de frango orgânico
2 talos de salsão
1 cenoura
1 cebola
talos de salsinha
1 folha de louro
1 tomate

Todos cortados grosseiramente, pois servirão para dar sabor ao caldo. Serão desprezados depois do cozimento...

Segunda Etapa
1 xícara de arroz (pode ser integral se preferir)
1 cenoura
1 talo de salsão
2 tomates
1 xícara de ervilha fresca
3 mandioquinhas médias
1/2 xícara de salsinha picada
2 ramos de cebolinha picada
sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

O alimento pode ser nosso "remédio", acredite no poder de cura dele. Portanto, essa é uma das poucas exceções que faço, pois tradição e conselho de mãe e madrinha não se despreza!

A versátil Berinjela!

      

Talvez seja porque minha família é de origem italiana, que eu ame com todas as minhas forças esse vegetal! 

Opa! Mas peraí! A berinjela não é originária da Itália! Vejamos...

Foi no feriado, mais precisamente na praia, com alguns amigos, que eu preparei essa berinjela e achei que seria uma boa postar aqui... Aos que experimentaram, me pareceu que fez bastante sucesso! Pela facilidade, simplicidade e pelo sabor que um simples legume pode ter uma vez preparado da maneira certa!

Decidido escrever sobre minha "Rainha", fui pesquisar e descobri que a berinjela tem um valor nutricional semelhante ao do tomate. Possui muitos minerais, como o cobre, o enxofre, o magnésio, o manganês, o zinco, o potássio, o sódio, o cálcio, o ferro e o fósforo, tão importantes nos inúmeros processos fisiológicos do nosso corpo! Também presentes as vitaminas: A (retinol), importantíssima na defesa do organismo, pois ajuda a manter as mucosas úmidas e saudáveis, além de ser essencial para o bom funcionamento dos olhos e necessária para o desenvolvimento de crianças e fetos. A vitamina B1 (tiamina), que desempenha importante papel na saúde de nosso sistema nervoso, músculos e coração. A vitamina B2 (riboflavina), fundamental na metabolização dos carboidratos, gorduras e proteínas, atua no transporte de oxigênio, consequentemente na respiração celular e nos processos de oxidação. A vitamina B3 (niacina), ótima para a pele e sistema nervoso, entre muitas outras coisas... E a vitamina C (ácido ascórbico), famosa por suas diversas funções, como o auxílio do sistema imunológico, poderoso antioxidante, facilitador da absorção do Ferro pelo organismo, contribui também para a resistência dos ossos e dentes.

Curiosidades sobre esta planta que, ao contrário do que imaginamos, é originária da Índia, pois há referências encontradas em documentos escritos em sânscrito. Na medicina Ayurvédica, a berinjela de frutos brancos é utilizada no combate ao diabetes.  

Mas essas informações são somente um complemento do que, na minha opinião, é o mais versátil, saboroso,  divertido e companheiro de todos os legumes usados na gastronomia mundial! Crua, cozida, assada, frita, como prato principal, acompanhamento, entrada ou até antepasto, ela arrasa! 

Como preparar:

Coloque as berinjelas diretamente sobre a chama do fogão ou sobre a brasa da churrasqueira. Deixe queimar bem, até que a casca fique preta e torrada. Com ajuda de um pegador, vire as berinjelas cuidadosamente de forma que queimem por igual de todos os lados.

Corte ao meio e com uma colher retire somente o miolo da berinjela, deixando a casca na tábua para ser descartada depois.

Coloque num prato e tempere com sal, azeite, limão e salsinha fresca picada.

Invente seu tempero! Use sua criatividade! Pimentas, ervas frescas e tahine combinam muito bem...

Este é o jeito que eu mais gosto de prepará-la! Fica com um gostinho defumado incrível e é super leve! Foi introduzida na dieta brasileira pelos árabes, coincidência ou não, é desta forma que começamos a preparar o Babaganuche... Minha pasta árabe predileta!